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Entrevista a... Teresa Lopes Vieira, escritora
Teresa Lopes Vieira é uma jovem escritora portuguesa. Aos 28 anos já publicou dois romances, e é formadora da Escrever Escrever. Licenciada em Direito, Teresa acabou por encontrar na literatura a melhor forma de abraçar as suas duas grandes paixões: escrever e viajar.
Com que idade começaste a escrever? Alguma vez pensaste em seguir carreira nessa área?
Comecei a escrever e a fazer stand up comedy aos 19 anos. Tinha um blogue de humor bastante conhecido e cheguei a ir a alguns programas de televisão. Depois, parei porque me interessei mais por viajar, entre outras “experiências de vida”. Arranquei de novo a sério aos 24, quando estava a viver em Amesterdão, com o objetivo justamente de seguir carreira nessa área. Desde então, publiquei dois romances, tenho um terceiro em vista e quase tudo o que faço profissionalmente é relacionado com a escrita.
Como é que uma jovem licenciada em Direito acaba por ir parar ao mundo da escrita? Nunca pensaste em exercer advocacia?
Simplesmente, porque não sabia o que havia de estudar, gostava de ler e não queria ser professora de liceu como a minha mãe. Os meus pais também me pressionaram bastante. Nunca foi uma coisa que me interessasse particularmente fazer, sempre pensei na advocacia como um caminho indiferente a seguir, se tudo o resto corresse mal. Era isso ou servir à mesa. Nenhum dos dois me parece melhor ou pior.
Como funciona o teu processo criativo? Tens um horário certo para escrever?
Escrevo sempre que posso. Tenho horários que variam muito, por isso não posso definir um horário fixo, mas quem me dera. Às vezes é antes dos outros trabalhos, outras nos intervalos, depende dos prazos e das prioridades. Mas trabalho muito em after hours.
Como conseguiste publicar o teu primeiro livro?
Enviando para as editoras e chateando pessoas. Foi mais assustador ao início, quando toda a gente me dizia que ia ser impossível publicar, do que a publicação propriamente dita. Mas devo ter tido imensa sorte. No final, tinha duas editoras interessadas no meu trabalho e segundo vejo isso não é nada normal.
Em que medida é que achas que um workshop de escrita pode ser relevante ou vantajoso para alguém que ambicione ser escritor?
É importantíssimo, porque funciona como uma saída do armário para o jovem escritor: um espaço de debate, partilha, em que se pode sentir acompanhado – quer pelo formador, quer pelos colegas, que estão a atravessar o mesmo. Pode ser bastante terrível, para alguém que ainda não publicou, estar sozinho em casa a escrever para o boneco, sem ter ninguém que lhe diga onde melhorar e quais são os seus pontos fortes. Um curso faz muitas vezes em um mês aquilo que o formando sozinho não consegue em um ano. Pode parecer exagero, mas vê as coisas assim: é um bocado como a diferença entre aprender a tocar guitarra sozinho ou com um professor.
Que conselhos darias a um jovem escritor em início de carreira?
Ler como um louco e escrever nos intervalos. Ir alternando. Preparar-se para das duas uma: ou não ter vida social ou não dormir o suficiente. Não ter medo de arriscar. Estar sempre a par do que se passa. Mas eu também sou uma jovem escritora em início de carreira, por isso falo por mim.
Escrever e viajar são duas das tuas grandes paixões. Pretendes lançar algum livro especificamente dedicado à “escrita de viagens”?
Bom, sim, um dia, mas ultimamente não tenho viajado nada. Tenho estado bastante dedicada à divulgação do meu trabalho e outras atividades que me mantém aqui. Mas um dia gostava de escrever qualquer coisa desse género.
Quais são os teus próximos projetos?
Aha. Não posso dizer, dá azar. Apenas que está para breve, é um romance e mete uma casa e um homem em colapso existencial.
