The Art Boulevard

Lab:

O Lab é uma fonte de informação para Artistas e Amantes das Artes. Aqui podes, entre outras coisas, encontrar informação útil para desenvolver a tua carreira, tutoriais, entrevistas, notícias e muito mais.

Interviews

Sumarte: Cristina Carballedo dá visibilidade à arte contemporânea na Galiza.

Nos últimos 15 anos, Cristina Carballedo tem-se dedicado a promover a arte contemporânea em Espanha. Em 2011 criou Sumarte, um projeto de exposições, que já permitiu a vários artistas expor as suas obras em diversos espaços na comunidade galega. Agora está em preparação de novas coisas para o ano 2014. Conhece esta Amante das Artes e o seu percurso super interessante.

És responsável pelo projeto Sumarte desde 2011. Podes explicar-nos o que é Sumarte e o que te levou a envolver num projeto destes?

Sumarte, projeto de exposições, é uma empresa unipessoal dirigida por mim, Cristina Carballedo. Comecei em junho de 2011, com uma base de mais de 15 anos de experiência em gestão de exposições, projetos culturais e mais de oito anos de experiência como professora de arte para adultors. Em 2011, quis iniciar uma carreira a solo com Sumarte, projeto de exposições, depois de ter trabalhado por conta de outrem, e fi-lo com uma programação estável em espaço emblemáticos de Santiago de Compostela graça ao acordo – ainda em vigor – celebrado com a empresa Pousadas de Compostela. Paralelamente, ao longo destes dois anos, com Sumarte coordenei exposições nos espaços da Universidade de Santiago de Compostela, na Diputación de Lugo, na Diputácion de Ourense, no Ayuntamiento de Arzúa, em “A Coruña”, em Sarria (Lugo) e em espaços privados. Sempre com artistas com um sério percurso artístico.

Sou licenciada em Geografia e História, na área da Arte e com especialização em Museologia, tenho o DEA em Arqueologia, e desde a licenciatura que conciliei a minha vida profissional com a ampliação dos meus estudos. Levo toda esta formação para cada projeto.

Também estabeleci um trabalho em rede, graças ao qual os artistas que participam neste projeto têm grande visibilidade em distintos espaços, nas redes sociais e no próprio blog do projeto: sumarte.wordpress.com

Estabeleci ainda parcerias com empresas de outros sectores, com as quais realizo eventos conjuntos, sempre em locais com grande valor patrimonial, aliando assim arte, património, gastronomia e cultura.

 

Organizas exposições itinerantes em distintos espaços na Galiza. Como selecionas os artistas? Como consegues os espaços de exposição?

Habitualmente preparo projetos específicos para cada espaço, de forma a que a obra interaja com os espaços culturais. Por exemplo, em 2012 apresentou-se na Capela da Madalena em Arzúa – uma capela dessacralizada no Caminho de Santiago –, uma mostra na qual o artista Fernando Yáñez reinterpretava os apóstolos de Ribera. A exposição foi inaugurada a 2 de novembro, Dia de Finados, sob o título “O apóstolo Ribera” e o projeto adquiriu identidade, devido ao próprio conceito e ao espaço.

Devo dizer que estes projetos são sempre realizados em colaboração com os artistas, eles são a essência e estão implicados em todas as fases do projeto.

Por vezes surge primeiro a ideia, a justificação para a exposição, e então estudo os espaços mais adequados para solicitar e assim poder desenvolver o projeto, ou descubro um espaço com riqueza patrimonial e a partir daí trabalho no projeto expositivo. Trabalho com muitos artistas, mas penso sempre em personalizar os projetos e apresentá-los sempre como um todo. Em muitos casos é o próprio artista que tem a ideia inicial e faz-me a proposta, e a partir daí trabalhamos em conjunto.

 

Como definirias a arte contemporânea na Galiza?

Pessoalmente acho que apesar dos limites que neste momento nos são impostos, a criatividade está ativa. Os artistas e agentes culturais, especialmente os privados, oferecem cada vez mais alternativas, mais qualidade e tudo isso com menos recursos.

 

Quais são os locais/coletividades/organizações/instituições que mais se movem no campo da cultura na Galiza? Quais são os teus preferidos, neste momento?

Durantes os últimos anos surgiram diversos coletivos e organizações que necessitam de tempo para assentar. De qualquer forma, também acho que as exposições devem derivar em projetos integrais onde se reúnam distintas áreas. O público tem cada vez mais informação e exige novas experiências.

Pessoalmente interessa-me muito a geração de artistas que teve início nos anos 70 e 80. São artistas com uma obra madura, que resistiu a modas passageiras e que têm um compromisso sério com a sua obra.

 

Em que estás a trabalhar para o Sumarte neste momento?

Agora estou a preparar muitos projetos para 2014. Primeiro a programação estável dos espaços de Virxe da Cerca em Santiago de Compostela. Além disso, tenho várias exposições coletivas e individuais em distintos espaços, privados e institucionais, na Galiza.

Um grupo de artistas que comissariei no Salão Internacional de Outono de Sarria foram selecionados para o Salão Internacional de Outono de Paris e para o Salão Internacional da China, no outono do próximo ano, por isso estamos a trabalhar nisso.

Estou também a preparar projetos relacionados com simpósios de pintura e escultura, e outros projetos relacionados com a integração social através da arte.

 

Quais são os teus objetivos para o Sumarte?

Como referi numa resposta anterior, os artistas com quem trabalho estão muito conscientes da importância da integração social através da arte, e é um aspeto que estou a reforçar. Também me interessa muito a capacidade dinamizadora da arte em espaços que têm uma grande riqueza patrimonial, mas que não têm um trajeto expositivo. É meu objetivo dar valor a espaços através de projetos expositivos.

Fora de Sumarte?

Continuar com a formação contínua. Acho que é essencial para qualquer agente cultural, uma formação contínua e multidisciplinar.

 

Quais são so teus próximos projetos com Sumarte?

Em primeiro lugra, continuar com os projetos iniciados há dois anos, apresentá-los em novos espaços, não só na Galiza, e reforçar as minhas parcerias. Além disso, estou a trabalhar na abertura de uma nova forma de presentes de empresa e troféus, realizados por artistas, campo no qual tenho experiência.

 

De que é que estás à procura neste momento?

Agora estou a tentar integrar distintos coletivos em projetos expositivos: coletivos de minorias, empresas que se preocupem com a responsabilidade social nos projetos...

 

O que precisas para levar a cabo o teu próximo projeto artístico?

Manter o que consegui até agora e ampliar a minha rede de parcerias e agentes culturais e sociais comprometidos com a arte a sua função social.

 

Queres deixar alguma mensagem aos leitores de The Art Boulevard?

Convidá-los a visitar todas a exposições e projetos em sumarte.wordpress.com, e dizer que espero que possamos colaborar em algum novo projeto. Aproveito a oportunidade para agradecer a entrevista e felicitar-vos pelo vosso trabalho, tão necessário para nós.

 

Cristina Carballedo Penelas

0 comentários

Plain text

  • As linhas e os parágrafos quebram automaticamente.
  • Não são permitidas tags HTML.
  • Endereços de páginas web e endereços de email são transformados automaticamente em ligações.
Digite os caracteres que você vê nesta imagem. (verificar utilizando o áudio)
Digita os caracteres da figura acima; se não os conseguires ler, clica de novo para que seja gerada uma nova imagem. A deteção de texto não é sensível a maiúsculas e minúsculas.
O Lab