O Colectivo RUA é Alma, Draw, DontLove e Mash. Quatro jovens que partilham entre si uma enorme paixão pelo graffiti e arte urbana, além de uma vontade enorme de espalhar a sua arte pelas ruas e pelas mentes. Quisemos saber mais sobre o trabalho desenvolvido pelo Colectivo RUA, e estivemos à conversa com os seus elementos!

DRAW 2013 ' ARTURb @ Laboratorio de Actividades Criativas, LAGOS.

Como é que surgiu a ideia de formarem o Colectivo RUA? Podem falar-nos um pouco do que é o Colectivo e do trabalho que têm vindo a realizar?

O Colectivo RUA, apesar da amizade naturalmente existente, nasce da necessidade de organizar o trabalho que vínhamos já a desenvolver de forma coletiva embora não organizada. A criação do Colectivo permitiu-nos conceber algumas bases para o diálogo e troca de ideias que consequentemente se veio a refletir na nossa evolução, tanto individual como coletiva. A constante troca de conhecimentos, técnicas e experiências são os fatores principais que nos motivam a dar continuidade a este projeto em que o nosso objetivo primordial é trabalhar ativamente a nossa criatividade, seja na rua ou noutro suporte qualquer.

Dizem que começaram a explorar áreas como a ilustração, o design e a fotografia. Conjugam-nos sempre com o graffiti e a street art? De que forma desenvolvem projetos nesta áreas?

O graffiti e a street art são sem dúvida o nossa base de trabalho, o que nos juntou, o aparecimento de outras vertentes paralelas e complementares advém da nossa formação e interesse individual, desde a arquitetura, fotografia, design gráfico, ilustração, entre outros… Embora áreas dispares na sua conceção, é natural que se perceba em determinados momentos a sua conjugação, como suportes complementares e enriquecedores dos nossos projetos.

De olho na RUA 01, ALMA | 2012

A street art e o graffiti ainda são muito marginalizados em Portugal? Acham que as pessoas ainda olham com desconfiança para essa forma de arte?

Sim, não só em Portugal como em qualquer parte do mundo… E, apesar de se começar a perceber alguma abertura à arte de rua, pensamos que a sua condição marginal é, sem dúvida, uma das suas principais premissas. Embora se reconheça cada vez mais o seu valor  artístico e interesse por parte de instituições públicas e privada, a sua essência, que faz com que seja distinta das demais, reside essencialmente no seu carácter espontâneo e ilimitado de intervenção sobre um espaço público e democrático.

Como é que encaram o estado das artes em Portugal neste momento?

Sendo a arte um conceito bastante lato, vamo-nos focar sobretudo no que diz respeito à arte de rua, sobre a qual nos sentimos mais à vontade em opinar. Neste campo, achamos que se tem vindo a constatar uma evolução significativamente positiva, desde o acolhimento desta temática por parte de instituições públicas e privadas ao aparecimento de importantes eventos na cena artística portuguesa, exemplos disso é o Walk&Talk nos Açores, o Wool na Covilhã, o Putrica em Freamunde, entre outros. Por outro lado, no Porto, de onde é natural o Colectivo, existe uma posição por parte da Câmara que é publicamente contra este tipo de intervenções e, sendo assim, cabe-nos a nós, artistas portuenses, reclamar por esse espaço na cidade. Contudo, achamos que esta luta tem vindo nos últimos meses a dar novos frutos e estamos convencidos que num futuro próximo o Porto terá um papel mais relevante no panorama nacional da arte urbana. 

DRAW|ALMA, Exposição "De olho na RUA", Primeira ARTE Atelier & Gallery (Lisboa) - 05/2012

Que conselho dariam a um jovem artista que sonhe seguir carreira nas artes?

Embora ainda estejamos também a tentar traçar o nosso próprio percurso no mundo das artes, o nosso principal conselho, fruto da nossa experiência, é o trabalho! Tem sido fundamental ao longo dos anos a forma dedicada e persistente com que temos trabalhado, e só assim temos conseguido recentemente alcançar alguns dos nossos objetivos.

Qual é o vosso próximo projeto?

Este ano foi bastante positivo, surgiram oportunidades muito interessantes com as quais aprendemos bastante e que nos permitiram desenvolver e melhorar a qualidade do nosso trabalho. Apesar de ainda não termos nada concreto que possamos avançar, asseguramos que temos algumas ideias que gostaríamos de ver realizadas em 2014 na quais iremos trabalhar e divulgar brevemente.

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